Plantando grama na frente da garagem.

Com o progresso das obras, estamos até plantando grama na entrada da garagem.

Amanhã, sábado dia 11 de maio de 2012, receberemos um pessoal ilustre. O pessoal da prefeitura de Joanópolis vai trazer os 30 membros da cooperativa local de reciclagem. Deles comprarmos parte do material que usamos na casa, como latinhas e garrafas PET.

E as obras continuam, agora na fase de instalação de sistemas.

 

 

 

Filtro biológico da cozinha

A mureta do filtro biológico da cozinha está sendo feita de latinhas. Daqui a alguns dias colocaremos vários tamanhos de pedras, areia e terra e poderemos plantar.

A pia da cozinha também está sendo montada.

A parede que vai da sala para os quartos foi fechada com os pontaletes que usamos para suportar na laje de garrafa PET, pois a ideia é deixarmos pronto um quarto, banheiro, cozinha, sala e churrasqueira para podermos mudar e continuarmos preparando os demais ambientes.

A janela da sala que foi mostrada pelo lado de fora na matéria anterior, pode ser vista pelo lado de dentro já preenchida escondendo as latinhas.

Uso de fundos de garrafas PET como condomínios de bactérias em filtro biológico…

A Casa Orgânica vai ter 3 filtros biológicos internos para águas cinzas, as que vem das pias da cozinha e banheiros, e chuveiros, e 1 filtro biológico externo para águas negras, que vem dos vasos sanitários.

Na verdade, é a mesma água, que após ter sido usada na cozinha e banheiros, vai para os filtros biológicos internos, alimenta plantas, sobe para caixa d’água reusada, e dai vai para os vasos sanitários. Este é o filtro biológico externo, que recebe os resíduos líquidos dos vasos sanitários, depois de terem ido para caixa de bactérias, que quebram sólidos em pequenas partículas, digeríveis pelas plantas.

Aqui o filtro já está preenchido com pedras grandes, que ajudam a filtrar os encanamentos de entrada e saída, e depois com brita, para que a água suba e seja acessada pelas plantas. Em meio a brita, espalhamos os fundos de garrafas PET, para que as bactérias amigas fiquem protegidas nas partes côncavas. A princípio este tamanho de filtro é compatível com o uso da Casa Orgânica, e não devemos ter nada de esgoto saindo da casa. Caso tenhamos muitas visitas, e a água for superior ao volume usual, um tubo extra leva o excesso de água tratada para um sumidouro. A água, se houver, sai da casa depois de ter sido usada 4 vezes!

Este sistema parece inédito e moderno, mas em nosso veleiro, já tínhamos algo semelhante, só que sem as plantas.

É totalmente possível construir por uma fração do custo tradicional…

Foram 4 dias de trabalho, e cerca de 100 reais de material para fazer um muro de 7 metros de comprimento, por quase 3 metros de altura.

Incluindo 3 vigas de concreto, para ficar mais firme no lugar, já que é o muro da garagem da Casa Orgânica.

A junção da parede de garrafas PET com a parede pneus é perfeita.

Após preenchida a parede com massa feita de 3 carrinhos de mão de terra, 1 carrinho de areia, 1 lata de feno seco, e 1/2 lata de cimento, preparamos as vigas para receber o concreto. As madeiras são do início da obra, e já foram utilizadas inúmeras vezes.

Do lado de dentro, com abertura inferior para passar os caiaques e prancha de windsurf, que ficarão pendurados nesta parede. Após as vigas ficarem prontas, retiraremos as tábuas e faremos a cobertura final do muro, que então ficará indistinguível de um muro de tijolos.

Este sistema está sendo usado na Guatemala pela ONG norte-americana http://www.trashforpeace.org/ , que já construiu 9 escolas com ajuda das comunidades. Qual nossa desculpa? Já temos escolas demais no Brasil?

Parede da garagem, de garrafas PET começa a ser construída

Enquanto a laje cura o suficiente para as escoras serem retiradas, e as paredes do interior da  casa estão sendo preenchidas com mistura de 30% de terra, 70% de areia e 10% disto de cimento CP3 (só revestimento externo, pois os vãos entre os pneus já foram preenchidos por barro e feno apenas), vamos realizando algumas obras no exterior também. Aqui preparamos a parede da garagem, ou do quintal, que será o acesso principal a Casa Orgânica.

A armação é de ferro 3/16, mas poderia ser de bambu. Infelizmente não conseguimos este material renovável aqui na região facilmente, e como a quantidade é pequena, usamos barras de ferro.

A armação é preparada contando que a cada 35 cm será o meio de uma fileira de garrafas PET.

A armação é amarrada com arame.

Em seguida as garrafas são inseridas entre a armação. Estamos usando garrafas vazias, mas elas poderiam ser enchidas com lixo plástico, ajudando a dar destinação para poluentes.

Após uma fileira de garrafas ser posicionada, com arame amarramos a armação da frente e de trás da parede a cada 4 garrafas, prendendo-as.

O próximo passo é fazer uma mistura de terra e areia, e um pouco de cimento para dar liga.

O material é colocado manualmente, preenchendo todo um lado da parede. Depois de seco, enchemos o outro lado. O processo se repete até a parede estar toda preenchida. A obra continua…

Primeira laje de garrafa Pet do Brasil completada

O primeiro piso da Casa Orgânica tem 150 metros quadrados de teto. Destes 60 são de laje de concreto CP3, sobre armação de garrafas PET usadas, dos mais diversos sabores.

Enquanto a laje seca, estamos preparando o restante do teto, que é uma combinação de placas de tetrapak sobre caibros de madeira, laminados com fibra de vidro e resina epóxi.

A montagem é simples, e as placas, a prova d’água, podem ser cortadas facilmente e montadas como se fossem placas de madeira comuns.

Recebemos visita da prima Bruna e do namorado, Rafael Silva. Rafael é medalhista do Pan e se prepara para defender o Brasil nas próximas Olimpíadas. A Bruna é modelo da Ford.

A sala de jantar é um pouco mais baixa que os outros cômodos, pelo desenho arquitetônico. Descobrimos que ela tem um Rafael Silva de altura, abaixo da viga, ou seja, 2,03 metros.

A montagem das placas continua.

Alguns cômodos vão ter iluminação através do teto vivo, com luminárias feitas de garrafas cheias de água e água sanitária.

A luz vai ser bem mais uniforme e intensa quando as garrafas estiverem instaladas.

As luminárias feitas de garrafas passam pelas placas, sendo alinhadas e niveladas.

Para segurar as garrafas na posição, até serem laminadas com fibra de vidro junto com o teto, apenas arames trançados.

As  luminárias em posição. Com isto será bem mais fácil encontrar as coisas dentro da cozinha e despesnsa, sem ter que acender a luz elétrica.

A intensidade de luz será maior quando as garrafas estiverem cheias de líquido.

 

 

Preenchimento da Laje da Casa Orgânica

Antes de preencher a laje, tivemos que finalizar a parede que irá segurar o concreto CP3. Acabaram as latinhas de refrigerante e cerveja, então completamos os metros finais com garrafas pequenas de cerveja.

O segredo como na aplicação de latinhas, é manter ao menos 2 cm entre as garrafas, pois a argamassa secando entre elas dá resistência ao sistema.

Com toda a lateral devidamente selada por materiais reutilizados, começamos a preparar o concreto para cobrir as armações de garrafas PET. Neste sistema não precisamos usar tábuas de madeira para fazer caixas ao redor da área da laje, economizando árvores e concreto, pois as latinhas substituem o volume do concreto.

Garrafas Pet em lajes já foi testado por umas 4 universidades brasileiras, que fizeram experiências em lajes pequenas. Mas como nunca vimos nenhuma casa de fato fechada com este método, preferimos não usar concreto usinado, mas sim misturar o nosso mesmo na obra, para ter mais controle se acaso acontecesse algum imprevisto.

Do lado de baixo, maravilha, nenhum vasamento em 60 metros quadrados de laje de Pet. Este sistema de montagem de garrafas com dois gargalos é invenção nossa, com patente para Casa Orgânica, e por isto a apreensão desnecessária.

Do lado de cima, continuamos a preencher a laje. Na verdade, teremos dois tipos de telhados, este de laje de garrafas Pet e cimento dito ecológico, e outro de placas de caixas de leite com cobertura de fibra de vidro. Ambos serão teto vivo, de técnicas e plantas variadas.

Na foto de baixo aparece a chaminé da lareira da sala. Já fomos criticados hoje mesmo, por ter uma chaminé. Quem criticou é de Salvador, então, com certeza, podemos concluir que lareiras não são populares na Bahia. Infelizmente, uma das maiores fontes de poluição vem de fogões a lenha, especialmente de comunidades mais carentes.

Mas a Casa Orgânica tem por objetivo ser modelo para casas sustentáveis de todos os tamanhos, inclusive para as populares, não pretendemos  varrer o problema para debaixo do tapete. Estamos desenvolvendo um filtro para estas chaminés, baseado em desenho milenar, que se der certo poderá ser incorporado em fogões a lenha e lareiras, diminuindo muito a emissão de gases tóxicos.

Com este preenchimento bem sucedido, na próxima Casa Orgânica faremos uso de concreto usinado, mais eficiente na aplicação. A próxima etapa é dar acabamento nas paredes de latinhas, impermeabilizar a laje, e preparar os espaços para receber o teto vivo.

Estamos gravando o documentário, que será lançado junto com o livro da Casa Orgânica, mostra a construção passo-a-passo. Fizemos uma tomada interessante durante todas as horas de preenchimento da laje, que será mostrado em alguns segundos no filme. Para isto montamos a camera Panasonic HD usando sistema de sombrinha da Outex.

 

Reciclanip visita a Casa Orgânica.

A construção da Casa Orgânica recebe a visita do executivo da Reciclanip, Ricardo Buch.

Os pneus que estão sendo utilizados nas paredes estruturais da Casa Orgânica foram fornecidos pela Reciclanip. Os primeiros 1.000 pneus inservíveis foram enviados no dia 07 de agosto, e destes já foram usados mais de 800. A quantidade prevista em toda obra é de 4.000 pneus inservíveis.

A Reciclanip é uma entidade sem fins lucrativos criada em março de 2007 pelos fabricantes de pneus novos Bridgestone, Firestone, Goodyear, Michelin e Pirelli, cujo foco principal é a coleta e destinação de pneus inservíveis no Brasil. Inservíveis são os pneus que não podem mais ser aproveitados para uso em veículos.

A Reciclanip é considerada uma das maiores iniciativas da indústria brasileira na área de responsabilidade pós-consumo. O trabalho de coleta e destinação de pneus inservíveis realizado pela entidade é comparável aos maiores programas de reciclagem desenvolvidos no País, em especial o de latas de alumínio, garrafas PET e embalagens de defensivos agrícolas.

A criação da Reciclanip demonstra a responsabilidade da indústria de pneumáticos com as questões ambientais e com o estabelecimento de condições que permitam o desenvolvimento sustentável do País, valorizando, sobretudo, a preservação da natureza e a qualidade de vida e bem-estar da população.

Ao participarem cedendo pneus este projeto, a Reciclanip, junto com o Ibama, que está concedendo a licença ambiental, apoiam a iniciativa de tornar a construção sustentável uma realidade disponível no Brasil.

Mais informações sobre a entidade podem ser obtidas no site www.reciclanip.com.br.