Mudamos há 1 ano e devagar vamos preparando a Casa Orgânica. Ainda falta muita coisa, mas é gostoso e refrescante estar nela.
Mudamos há 1 ano e devagar vamos preparando a Casa Orgânica. Ainda falta muita coisa, mas é gostoso e refrescante estar nela.
Assista a esta reportagem veiculada no programa Repórter Brasil, da TV Brasil.
Quadro O Futuro é Agora e Sustentabilidade
Com o progresso das obras, estamos até plantando grama na entrada da garagem.
Amanhã, sábado dia 11 de maio de 2012, receberemos um pessoal ilustre. O pessoal da prefeitura de Joanópolis vai trazer os 30 membros da cooperativa local de reciclagem. Deles comprarmos parte do material que usamos na casa, como latinhas e garrafas PET.
E as obras continuam, agora na fase de instalação de sistemas.
Assista aqui a matéria veiculada dia 4 de junho sobre a Casa Orgânica, neste programa dedicado ao meio-ambiente.
Site do programa Planeta Vanguarda.
A Casa Orgânica tem teto vivo, e para entrar luz e ar, clarabóias são instaladas no teto. A parte superior vai ter a placa substituída por vidros ou plexyglass. O material é placa reciclada de tetrapak, que numa vida passada já foi caixa de leite.
O interessante é que ela abre por gravidade, com o peso colocado na parte de trás. Para preencher a caixa usamos restos da construção mesmo.
A clarabóia fica sempre aberta, e vamos instalar agora os vidros, e um cabo para puxar para baixo. Assim, para abrir basta soltar o cabinho e ela abre sozinha, sem uso de eletricidade.
Enquanto isto vamos montando também a clarabóia das sala, que tem 2m x 2m. Na lateral, parede de latinhas com um pneu que servirá de janela, para sair o ar quente da casa.
O sistema de latinhas é barato e muito eficiente, e bem mais resistente que tijolos convencionais. Não se consegue amassar os fundos e tampas das latinhas, o que deixa o muro muito forte.
Vista de dentro, depois de rebocada, nada vai aparecer, nem o pneu, que aliás veio dos carrinhos de mão quebrados.
O teto vivo leve da Casa Orgânica é coberto por material orgânico, juntado pelos vizinhos Sergio e Fátima de seu próprio quintal.
Nosso gato Marauder não espera nem ele ser completado para testar o ambiente novo e ajudar a adubar o teto.
Teto já coberto, e ferramentas para fazer a cobertura das clarabóias.
Chegada das placas de grama da espécie esmeralda.
Nivelando a terra que cobre a laje para receber as placas.
Quem mais se divertiu foi mesmo o Marauder, que não parava de rolar na grama.
Teto Vivo da Casa Orgânica recebendo as placas de grama esmeralda.
O dono da grama.
Cobertura completa da laje com a grama, área de 30 metros quadrados.
Detalhe da porta de entrada, proveniente de demolição, doada a Casa Orgânica pelo Roberto da Outex.
Vista de dentro, esta é a rampa de entrada na Casa Orgânica. Aqui testando as chaves da casa.
Vista de fora da entrada da Casa Orgânica: parede de pneus, porta de demolição, e parede de garrafas PET.
Enquanto a sala está recebendo a última camada de preenchimento com barro e palha, o teto também vai sendo preparado.
Serão dois tipos de tetos vivos, um para laje, que pode receber mais carga, e outro leve, sobre armação de caibros de madeira, placas de caixas de leite recicladas, e fibra de vidro com epóxi.
Após impermeabilizar os tetos, foi aplicada camada de plástico, britas para a água escorrer, e tecido geotextil para sugar a água excedente para o escoamento.
Após fazermos a instalação, choveu forte, parece que para dar chance de testar o sistema. Funciona mesmo, bem depois de parar de chover, ainda caia água para calha, sendo drenada por capilaridade.
Após a chuvarada, começamos a colocar a cobertura verde. Composto orgânico no teto vivo leve, e terra na laje de garrafa pet.
E o preenchimento continua…
Neste feriado de Páscoa, a construção da Casa Orgânica recebeu a visita do fotógrafo profissional Renato Soares que fotografou vários detalhes. Pudemos ver de outro ângulo as dimensões do projeto.
As fotos do Renato serão publicadas no livro sobre a casa, que será lançado em breve.
Como o feriado foi movimentado no condomínio, os amigos e vizinhos deixaram muitas latinhas e garrafas que estão servindo de ” tijolos” na obra.
Começamos a fazer uma mureta no quintal, fechando o filtro biológico para as águas negras. Após atingir a altura desejada, o filtro, que já está cheio de pedras e areia, será completado com terra e nutrientes, e receberá as plantas, como bananeiras, para filtrar os resíduos dos vasos sanitários. O esgoto da casa morre aqui. Somente se houver muito excesso, como no caso de uma festa onde os banheiros sejam muito usados, a água negra que sobrar das bactérias e das plantas, vai para um sumidouro, já limpa novamente. Assim o solo não será contaminado usando este sistema de esgoto biológico.
Interessante pensar que as latinhas de cerveja, que ao serem esvaziadas pelos consumidores, inevitavelmente terão seus produtos despejados nos vasos sanitários, contribuem neste caso para um filtro biológico que ajuda a manter a natureza limpa ao redor da Casa Orgânica… Isto é que é reciclagem de resíduos sólidos (e líquidos).
A Casa Orgânica vai ter 3 filtros biológicos internos para águas cinzas, as que vem das pias da cozinha e banheiros, e chuveiros, e 1 filtro biológico externo para águas negras, que vem dos vasos sanitários.
Na verdade, é a mesma água, que após ter sido usada na cozinha e banheiros, vai para os filtros biológicos internos, alimenta plantas, sobe para caixa d’água reusada, e dai vai para os vasos sanitários. Este é o filtro biológico externo, que recebe os resíduos líquidos dos vasos sanitários, depois de terem ido para caixa de bactérias, que quebram sólidos em pequenas partículas, digeríveis pelas plantas.
Aqui o filtro já está preenchido com pedras grandes, que ajudam a filtrar os encanamentos de entrada e saída, e depois com brita, para que a água suba e seja acessada pelas plantas. Em meio a brita, espalhamos os fundos de garrafas PET, para que as bactérias amigas fiquem protegidas nas partes côncavas. A princípio este tamanho de filtro é compatível com o uso da Casa Orgânica, e não devemos ter nada de esgoto saindo da casa. Caso tenhamos muitas visitas, e a água for superior ao volume usual, um tubo extra leva o excesso de água tratada para um sumidouro. A água, se houver, sai da casa depois de ter sido usada 4 vezes!
Este sistema parece inédito e moderno, mas em nosso veleiro, já tínhamos algo semelhante, só que sem as plantas.