Segunda da latinha

A segunda-feira começou com a colocação de latinhas em vários locais da Casa Orgânica. Final de semana acabou e resultaram várias latinhas.

As latinhas estão sendo colocadas onde será o box do chuveiro do banheiro próximo a cozinha.

Também está sendo feita a muretinha da torneira e futura ducha fria com as latinhas do final de semana.

Esta é a mureta da floreira, onde fica um dos filtros biológicos.

Uma das janelas, ou gaiutas, está sendo  preparada.

O reboco do quarto próximo a cozinha está quase finalizado.

O reboco das paredes da sala devem ficar prontos até o final dessa semana.

Felicidade é ter grama no teto

O teto vivo leve da Casa Orgânica é coberto por material orgânico, juntado pelos vizinhos Sergio e Fátima de seu próprio quintal.

Nosso gato Marauder não espera nem ele ser completado para testar o ambiente novo e ajudar a adubar o teto.

Teto já coberto, e ferramentas para fazer a cobertura das clarabóias.

Chegada das placas de grama da espécie esmeralda.

Nivelando a terra que cobre a laje para receber as placas.

Quem mais se divertiu foi mesmo o Marauder, que não parava de rolar na grama.

Teto Vivo da Casa Orgânica recebendo as placas de grama esmeralda.

O dono da grama.

Cobertura completa da laje com a grama, área de 30 metros quadrados.

Detalhe da porta de entrada, proveniente de demolição, doada a Casa Orgânica pelo Roberto da Outex.

Vista de dentro, esta é a rampa de entrada na Casa Orgânica. Aqui testando as chaves da casa.

Vista de fora da entrada da Casa Orgânica: parede de pneus, porta de demolição, e parede de garrafas PET.

 

Teto Vivo começando a ser construído.

Enquanto a sala está recebendo a última camada de preenchimento com barro e palha, o  teto também vai sendo preparado.

Serão dois tipos de tetos vivos, um para laje, que pode receber mais carga, e outro leve, sobre armação de caibros de madeira, placas de caixas de leite recicladas, e fibra de vidro com epóxi.

Após impermeabilizar os tetos, foi aplicada camada de plástico, britas para a água escorrer, e tecido geotextil para sugar a água excedente para o escoamento.

Após fazermos a instalação, choveu forte, parece que para dar chance de testar o sistema. Funciona mesmo, bem depois de parar de chover, ainda caia água para calha, sendo drenada por capilaridade.

Após a chuvarada, começamos a colocar a cobertura verde. Composto orgânico no teto vivo leve, e terra na laje de garrafa pet.

E  o preenchimento continua…

 

Visita do fotógrafo Renato Soares

Neste feriado de Páscoa, a construção da Casa Orgânica recebeu a visita do fotógrafo profissional Renato Soares que fotografou vários detalhes. Pudemos ver de outro ângulo as dimensões do projeto.

As fotos do Renato serão publicadas no livro sobre a casa, que será lançado em breve.

Como o feriado foi movimentado no condomínio, os amigos e vizinhos deixaram muitas latinhas e garrafas que estão servindo de ” tijolos” na obra.

Começamos a fazer uma mureta no quintal, fechando o filtro biológico para as águas negras. Após atingir a altura desejada, o filtro, que já está cheio de pedras e areia, será completado com terra e nutrientes, e receberá as plantas, como bananeiras, para filtrar os resíduos dos vasos sanitários. O esgoto da casa morre aqui. Somente se houver muito excesso, como no caso de uma festa onde os banheiros sejam muito usados, a água negra que sobrar das bactérias e das plantas, vai para um sumidouro, já limpa novamente. Assim o solo não será contaminado usando este sistema de esgoto biológico.

Interessante pensar que as latinhas de cerveja, que ao serem esvaziadas pelos consumidores, inevitavelmente terão seus produtos despejados nos vasos sanitários, contribuem neste caso para um filtro biológico que ajuda a manter a natureza limpa ao redor da Casa Orgânica… Isto é que é reciclagem de resíduos sólidos (e líquidos).

Uso de fundos de garrafas PET como condomínios de bactérias em filtro biológico…

A Casa Orgânica vai ter 3 filtros biológicos internos para águas cinzas, as que vem das pias da cozinha e banheiros, e chuveiros, e 1 filtro biológico externo para águas negras, que vem dos vasos sanitários.

Na verdade, é a mesma água, que após ter sido usada na cozinha e banheiros, vai para os filtros biológicos internos, alimenta plantas, sobe para caixa d’água reusada, e dai vai para os vasos sanitários. Este é o filtro biológico externo, que recebe os resíduos líquidos dos vasos sanitários, depois de terem ido para caixa de bactérias, que quebram sólidos em pequenas partículas, digeríveis pelas plantas.

Aqui o filtro já está preenchido com pedras grandes, que ajudam a filtrar os encanamentos de entrada e saída, e depois com brita, para que a água suba e seja acessada pelas plantas. Em meio a brita, espalhamos os fundos de garrafas PET, para que as bactérias amigas fiquem protegidas nas partes côncavas. A princípio este tamanho de filtro é compatível com o uso da Casa Orgânica, e não devemos ter nada de esgoto saindo da casa. Caso tenhamos muitas visitas, e a água for superior ao volume usual, um tubo extra leva o excesso de água tratada para um sumidouro. A água, se houver, sai da casa depois de ter sido usada 4 vezes!

Este sistema parece inédito e moderno, mas em nosso veleiro, já tínhamos algo semelhante, só que sem as plantas.

É totalmente possível construir por uma fração do custo tradicional…

Foram 4 dias de trabalho, e cerca de 100 reais de material para fazer um muro de 7 metros de comprimento, por quase 3 metros de altura.

Incluindo 3 vigas de concreto, para ficar mais firme no lugar, já que é o muro da garagem da Casa Orgânica.

A junção da parede de garrafas PET com a parede pneus é perfeita.

Após preenchida a parede com massa feita de 3 carrinhos de mão de terra, 1 carrinho de areia, 1 lata de feno seco, e 1/2 lata de cimento, preparamos as vigas para receber o concreto. As madeiras são do início da obra, e já foram utilizadas inúmeras vezes.

Do lado de dentro, com abertura inferior para passar os caiaques e prancha de windsurf, que ficarão pendurados nesta parede. Após as vigas ficarem prontas, retiraremos as tábuas e faremos a cobertura final do muro, que então ficará indistinguível de um muro de tijolos.

Este sistema está sendo usado na Guatemala pela ONG norte-americana http://www.trashforpeace.org/ , que já construiu 9 escolas com ajuda das comunidades. Qual nossa desculpa? Já temos escolas demais no Brasil?

Parede da garagem, de garrafas PET começa a ser construída

Enquanto a laje cura o suficiente para as escoras serem retiradas, e as paredes do interior da  casa estão sendo preenchidas com mistura de 30% de terra, 70% de areia e 10% disto de cimento CP3 (só revestimento externo, pois os vãos entre os pneus já foram preenchidos por barro e feno apenas), vamos realizando algumas obras no exterior também. Aqui preparamos a parede da garagem, ou do quintal, que será o acesso principal a Casa Orgânica.

A armação é de ferro 3/16, mas poderia ser de bambu. Infelizmente não conseguimos este material renovável aqui na região facilmente, e como a quantidade é pequena, usamos barras de ferro.

A armação é preparada contando que a cada 35 cm será o meio de uma fileira de garrafas PET.

A armação é amarrada com arame.

Em seguida as garrafas são inseridas entre a armação. Estamos usando garrafas vazias, mas elas poderiam ser enchidas com lixo plástico, ajudando a dar destinação para poluentes.

Após uma fileira de garrafas ser posicionada, com arame amarramos a armação da frente e de trás da parede a cada 4 garrafas, prendendo-as.

O próximo passo é fazer uma mistura de terra e areia, e um pouco de cimento para dar liga.

O material é colocado manualmente, preenchendo todo um lado da parede. Depois de seco, enchemos o outro lado. O processo se repete até a parede estar toda preenchida. A obra continua…

Primeira laje de garrafa Pet do Brasil completada

O primeiro piso da Casa Orgânica tem 150 metros quadrados de teto. Destes 60 são de laje de concreto CP3, sobre armação de garrafas PET usadas, dos mais diversos sabores.

Enquanto a laje seca, estamos preparando o restante do teto, que é uma combinação de placas de tetrapak sobre caibros de madeira, laminados com fibra de vidro e resina epóxi.

A montagem é simples, e as placas, a prova d’água, podem ser cortadas facilmente e montadas como se fossem placas de madeira comuns.

Recebemos visita da prima Bruna e do namorado, Rafael Silva. Rafael é medalhista do Pan e se prepara para defender o Brasil nas próximas Olimpíadas. A Bruna é modelo da Ford.

A sala de jantar é um pouco mais baixa que os outros cômodos, pelo desenho arquitetônico. Descobrimos que ela tem um Rafael Silva de altura, abaixo da viga, ou seja, 2,03 metros.

A montagem das placas continua.

Alguns cômodos vão ter iluminação através do teto vivo, com luminárias feitas de garrafas cheias de água e água sanitária.

A luz vai ser bem mais uniforme e intensa quando as garrafas estiverem instaladas.

As luminárias feitas de garrafas passam pelas placas, sendo alinhadas e niveladas.

Para segurar as garrafas na posição, até serem laminadas com fibra de vidro junto com o teto, apenas arames trançados.

As  luminárias em posição. Com isto será bem mais fácil encontrar as coisas dentro da cozinha e despesnsa, sem ter que acender a luz elétrica.

A intensidade de luz será maior quando as garrafas estiverem cheias de líquido.

 

 

Preenchimento da Laje da Casa Orgânica

Antes de preencher a laje, tivemos que finalizar a parede que irá segurar o concreto CP3. Acabaram as latinhas de refrigerante e cerveja, então completamos os metros finais com garrafas pequenas de cerveja.

O segredo como na aplicação de latinhas, é manter ao menos 2 cm entre as garrafas, pois a argamassa secando entre elas dá resistência ao sistema.

Com toda a lateral devidamente selada por materiais reutilizados, começamos a preparar o concreto para cobrir as armações de garrafas PET. Neste sistema não precisamos usar tábuas de madeira para fazer caixas ao redor da área da laje, economizando árvores e concreto, pois as latinhas substituem o volume do concreto.

Garrafas Pet em lajes já foi testado por umas 4 universidades brasileiras, que fizeram experiências em lajes pequenas. Mas como nunca vimos nenhuma casa de fato fechada com este método, preferimos não usar concreto usinado, mas sim misturar o nosso mesmo na obra, para ter mais controle se acaso acontecesse algum imprevisto.

Do lado de baixo, maravilha, nenhum vasamento em 60 metros quadrados de laje de Pet. Este sistema de montagem de garrafas com dois gargalos é invenção nossa, com patente para Casa Orgânica, e por isto a apreensão desnecessária.

Do lado de cima, continuamos a preencher a laje. Na verdade, teremos dois tipos de telhados, este de laje de garrafas Pet e cimento dito ecológico, e outro de placas de caixas de leite com cobertura de fibra de vidro. Ambos serão teto vivo, de técnicas e plantas variadas.

Na foto de baixo aparece a chaminé da lareira da sala. Já fomos criticados hoje mesmo, por ter uma chaminé. Quem criticou é de Salvador, então, com certeza, podemos concluir que lareiras não são populares na Bahia. Infelizmente, uma das maiores fontes de poluição vem de fogões a lenha, especialmente de comunidades mais carentes.

Mas a Casa Orgânica tem por objetivo ser modelo para casas sustentáveis de todos os tamanhos, inclusive para as populares, não pretendemos  varrer o problema para debaixo do tapete. Estamos desenvolvendo um filtro para estas chaminés, baseado em desenho milenar, que se der certo poderá ser incorporado em fogões a lenha e lareiras, diminuindo muito a emissão de gases tóxicos.

Com este preenchimento bem sucedido, na próxima Casa Orgânica faremos uso de concreto usinado, mais eficiente na aplicação. A próxima etapa é dar acabamento nas paredes de latinhas, impermeabilizar a laje, e preparar os espaços para receber o teto vivo.

Estamos gravando o documentário, que será lançado junto com o livro da Casa Orgânica, mostra a construção passo-a-passo. Fizemos uma tomada interessante durante todas as horas de preenchimento da laje, que será mostrado em alguns segundos no filme. Para isto montamos a camera Panasonic HD usando sistema de sombrinha da Outex.

 

Montagem da laje de garrafas pet da Casa Orgânica

Um terço do teto do primeiro piso da Casa Orgânica será uma laje de concreto CP3, o concreto ecológico, pois  em sua composição é usado rejeitos da indústria siderúrgica. O restante do teto é uma mistura de placas recicladas de caixas de leite, com fibra de vidro e resina epóxi, que lembra mais o convés de um barco. Desenvolvemos um método inédito de unir duas garrafas de maneira rápida e prática, cujo resultado substitui o isopor ou lajota no preenchimento das vigotas.

Ao usar vigota H5, a montagem é extremamente prática e rápida, bastando encaixar as garrafas, que neste método, passam a ter dois gargalos. O conjunto é extremamente forte, pois qualquer criança pode quebrar uma placa de isopor ou lajota cerâmica apenas pisando nela. Já uma garrafa Pet com ar, nem o homem forte do circo consegue romper…

O resultado é um mar de pet, encaixadas e prontas para receber a grade de ferro que reforça o concreto. Abaixo das garrafas passamos a usar plástico preto fino, para ajudar a fechar as pequenas brechas e evitar que o concreto vaze.

Ao colocar o ferro, as garrafas ficam mais presas ainda a estrutura.

Outra ação inédita da Casa Orgânica é substituir as pranchas de madeira, comumente usadas para selar a área que vai receber a laje, por latinhas de refrigerante e cerveja. As madeiras não podem ser usadas depois, pois como concreto fica preso nelas ao queimá-las toxinas são liberadas no meio-ambiente. Já as latinhas ficam permanentemente no lugar, e até economizam concreto, pois cada 3 latinhas postas ocupam 900ml de concreto.

O Brasil é campeão mundial de reciclagem de latinhas de alumínio, título de orgulha muita gente. Mas se parar para pensar, ao reciclar as latinhas, muita energia e água é usada. Não seria mais inteligente ter embalagens mais eficientes, como retornáveis de vidro? Neste sistema, nenhuma energia ou água extra é usada, e o muro fica tão forte quanto o de tijolo. Já tentou amassar o fundo e tampa circular de uma latinha? É impossível com as mãos…