Teto Vivo começando a ser construído.

Enquanto a sala está recebendo a última camada de preenchimento com barro e palha, o  teto também vai sendo preparado.

Serão dois tipos de tetos vivos, um para laje, que pode receber mais carga, e outro leve, sobre armação de caibros de madeira, placas de caixas de leite recicladas, e fibra de vidro com epóxi.

Após impermeabilizar os tetos, foi aplicada camada de plástico, britas para a água escorrer, e tecido geotextil para sugar a água excedente para o escoamento.

Após fazermos a instalação, choveu forte, parece que para dar chance de testar o sistema. Funciona mesmo, bem depois de parar de chover, ainda caia água para calha, sendo drenada por capilaridade.

Após a chuvarada, começamos a colocar a cobertura verde. Composto orgânico no teto vivo leve, e terra na laje de garrafa pet.

E  o preenchimento continua…

 

Montagem da laje de garrafas pet da Casa Orgânica

Um terço do teto do primeiro piso da Casa Orgânica será uma laje de concreto CP3, o concreto ecológico, pois  em sua composição é usado rejeitos da indústria siderúrgica. O restante do teto é uma mistura de placas recicladas de caixas de leite, com fibra de vidro e resina epóxi, que lembra mais o convés de um barco. Desenvolvemos um método inédito de unir duas garrafas de maneira rápida e prática, cujo resultado substitui o isopor ou lajota no preenchimento das vigotas.

Ao usar vigota H5, a montagem é extremamente prática e rápida, bastando encaixar as garrafas, que neste método, passam a ter dois gargalos. O conjunto é extremamente forte, pois qualquer criança pode quebrar uma placa de isopor ou lajota cerâmica apenas pisando nela. Já uma garrafa Pet com ar, nem o homem forte do circo consegue romper…

O resultado é um mar de pet, encaixadas e prontas para receber a grade de ferro que reforça o concreto. Abaixo das garrafas passamos a usar plástico preto fino, para ajudar a fechar as pequenas brechas e evitar que o concreto vaze.

Ao colocar o ferro, as garrafas ficam mais presas ainda a estrutura.

Outra ação inédita da Casa Orgânica é substituir as pranchas de madeira, comumente usadas para selar a área que vai receber a laje, por latinhas de refrigerante e cerveja. As madeiras não podem ser usadas depois, pois como concreto fica preso nelas ao queimá-las toxinas são liberadas no meio-ambiente. Já as latinhas ficam permanentemente no lugar, e até economizam concreto, pois cada 3 latinhas postas ocupam 900ml de concreto.

O Brasil é campeão mundial de reciclagem de latinhas de alumínio, título de orgulha muita gente. Mas se parar para pensar, ao reciclar as latinhas, muita energia e água é usada. Não seria mais inteligente ter embalagens mais eficientes, como retornáveis de vidro? Neste sistema, nenhuma energia ou água extra é usada, e o muro fica tão forte quanto o de tijolo. Já tentou amassar o fundo e tampa circular de uma latinha? É impossível com as mãos…